dez 262022
 

A Organização Resistência Libertária foi fundada em dezembro de 2008 a partir das experiências de lutas de anarquistas em solo cearense desde o final do século passado. Nosso manifesto de criação anunciava a esperança da construção de uma sociedade fundada em outras bases que não as atuais e, desde então, dia após dia nos dedicamos a enraizar essa semente anarquista através da organização política e da construção de movimentos sociais no Ceará.

Os nossos 14 anos de luta representam modestamente a nossa resistência contra toda opressão e domínio do capitalismo e do estado policial de ajuste, construindo desde baixo a resistência de um povo que conhece o rosto da fome e da luta. A Organização Resistência Libertária esteve, durante esses 14 anos, nos bairros e favelas da capital e cidades região norte do Ceará, nos territórios de povos tradicionais do semiárido à zona costeira, nas escolas e universidades precarizadas, nos sindicatos e nas organizações de trabalhadores(as) terceirizados(as) e desempregados(as), no cárcere, nos espaços autoorganizados de mulheres, povo preto e população lgbtqi+.

Completamos 14 anos diante de uma conjuntura avassaladora: o avanço do fascismo brasileiro que aliado ao neoliberalismo levou nosso povo a condições de vidas cada vez mais difíceis, depois de a pandemia ter aprofundado as desigualdades sociais que sempre existiram. Não temos dúvidas que esta etapa de luta ainda não acabou. Um governo de esquerda a nível nacional e estadual alicerçados em alianças de classes e na barganha de nossos direitos a portas fechadas não garantirão ao nosso povo vida digna.

Nos próximos anos o neodesenvolvimentismo do estado extrativista tentará leiloar nossas terras e águas para o grande capital estrangeiro através da mineração de urânio em territórios dos povos e comunidades tradicionais do semiárido e da implantação de eólicas dentro do mar dos povos da zona costeira. O governo eleito no Ceará dá seguimento ao governo anterior e sua política racista de repressão violenta e morte na periferia e no cárcere. A especulação nas cidades continuará expulsando comunidades, aldeamentos e quilombos para ceder espaço aos projetos de grandes imobiliárias. Por isso, reafirmamos nosso compromisso de permanecer em luta nas ruas e nos nossos locais de moradia, estudo e trabalho com independência de classe para construir movimentos fortes. 

Nesse momento de celebração reafirmamos nosso compromisso com o anarquismo organizado e especifista construído pela Coordenação Anarquista Brasileira, da qual fazemos parte, e o seu compromisso com o federalismo especifista, em nossa opinião a própria engrenagem de um projeto anarquista para este país que o colonizador chamou de Brasil, atravessado pelas formações sociais, históricas e étnico-raciais dos diversos povos que aqui vivem.

Lutar, criar, poder popular!

Viva a Organização Resistência Libertária!

Viva a Coordenação Anarquista Brasileira!

jan 012019
 

 

A todos os/as companheiros/as que fizeram parte dessa caminhada,

A Organização Resistência Libertária completou 10 anos de existência. Sabemos que diante da conjuntura política pela qual passamos, existir e atuar de forma pública com um programa revolucionário de transformação social radical, antiautoritária e anticapitalista, é, por si só, uma
razão de RESISTÊNCIA!

Nossa resistência tem caráter libertário, fundada na coerência anarquista entre os meios e os fins. Nossa resistência coloca que quando resistimos ao capitalismo cruel e sanguinário, resistimos as ilusórias promessas autoritárias de libertação.

Asseveramos o que diz George Orwell: “Aqueles que renunciam à liberdade em troca de promessas de segurança acabarão sem uma nem outra”. Esse tempo modesto tem amplo significado para todos aqueles/as que fazem ou já fizeram parte de nossa luta, tanto para nossas vidas pessoais como
para a experiência organizada de luta anarquista no Ceará. São 10 anos de enfrentamento organizado ao machismo, ao racismo, às LGBTTfobías, à concentração fundiária, ao avanço do latifúndio sobre territórios indígenas e quilombolas à especulação imobiliária, à segregação
sócio-espacial nas cidades, ao cárcere, à guerra às drogas e ao nosso povo preto e à exploração da classe dominante sobre o povo pobre.

Em meados de 2007, uma experiência de luta de muitos/as estudantes secundaristas e universitários/as se unia à experiência organizativa de muitos/as militantes anarquistas que há longos anos movimentava a luta libertária nestas terras cearenses. Naquele cenário, prosperou a
fraternidade necessária e a vontade de fazer crescer um coletivo independente das forças/partidos políticos existentes até ali, que na nossa avaliação, representavam mais prejuízos que benefícios aos
movimentos sociais, retirando-lhes potência e ação.

Recordamos com orgulho do dia 8 de dezembro de 2008, na abertura do I Encontro Libertário: Anarquismo e Movimentos Sociais, quando a Organização Resistência Libertária lia seu Manifesto de Criação, após um 1 ano e dois meses de formação política. A partir daí, nossa Organização
foi palco de diversos sonhos, de diversos rostos e cada um/a deles/as foram fermento impulsionador de outros sonhos, de novas pilastras fincadas. Agradecemos aos velhos e novos rostos, aos/às apoiadores/as que cada um/a com sua contribuição fizeram parte de nossa história. Cada um/a participou de um processo coletivo e sinérgico de muita discussão política, revezando-se na difícil tarefa de diálogo e construção de laços de uma unidade possível.

Diante dos resultados de todos esses anos, enchemos nossos peitos de alegria ao lembrar de toda história de luta ombro a ombro entre nós e com os movimentos sociais que participamos. No entanto, é preciso sempre relembrar que nossa história não é triunfalista. É preciso ter coragem,
sob tantos os ângulos, para afirmar nossos acertos e principalmente nossos erros. Afinal, foram muitos destes erros que nos fizeram amadurecer e prosseguir, dirimindo traumas e construindo um espírito de luta coerente com nossa caminhada.

Seguiremos mantendo a resistência libertária diante dos ataques aos direitos do nosso povo oprimido e do projeto monstruoso neoliberal e neofascista que se instalou no Brasil. Seguiremos mantendo a resistência à “esquerda”, mas diferenciando-se desta esquerda que vendeu-se
completamente aos interesses do capitalismo e da classe dominante, que girou todos os seus esforços para a política eleitoreira e que colocou o povo em uma passividade diante da falsa representatividade democrática.

Sempre lutaremos lado a lado com os/as de baixo. Seguiremos caminhando, mesmo que a passos modestos, no caminho cada vez mais próximo da construção do poder popular, no sentido de fazer crescer um povo forte e rumo à revolução social que almejamos. Como nosso projeto jamais seria possível concentrado apenas no Estado do Ceará, é importante mencionar a título de agradecimento, as organizações políticas que constroem conosco o mesmo projeto libertário.

Agradecemos aos companheiros e às companheiras da Coordenação Anarquista Brasileira (CAB), nomeadamente as organizações: Federação Anarquista Gaúcha (FAG/RS), Rusga Libertária (RL/MT), Federação Anarquista do Rio de Janeiro (FARJ/RJ), Federação Anarquista dos Palmares (FARPA/AL), Coletivo Anarquista Luta de Classes (CALC/PR), Organização Anarquista Socialismo Libertário (OASL/SP), Coletivo Anarquista Bandeira Negra (CABN/SC), Federação Anarquista Cabana (FACA/PA), Coletivo Mineiro Popular Anarquista (COMPA), ao Fórum Anarquista Especifista da Bahia (FAE/BA), Organização Anarquista Maria Iêda (OAMI/PE) e Coletivo Mutirão Anarquista (COMUNA) – PB. Agradecimentos especiais ao Movimento Social FOME, de Sobral, pelo companheirismo durante todos esses anos.

Viva a Organização Resistência Libertária!

Lutar, Criar, Poder Popular!

Organização Resistência Libertária
01 de janeiro de 2019

dez 082016
 

 

CARTA PÚBLICA DE COMEMORAÇÃO DOS 8 ANOS DA ORGANIZAÇÃO RESISTÊNCIA LIBERTÁRIA

A Organização Resitência Libertária está completando mais um ano de existência na sociedade predatória do capitalismo, ou seja, mais um ano de RESISTÊNCIA, e não de qualquer resistência, resistência libertária! Uma luta rebelde pela libertação de todos os autoritarísmos e demais opressões/dominações sistêmicas. Com este, são 8 anos dizendo basta ao machismo, ao racismo, às LGBTT fobías, à discriminação com os povos originários e a exploração da classe dominante ao povo pobre.

Temos ciência que os próximos anos  não serão passivos, como este também não o foi. Diante dos ataques aos direitos do povo oprimido, dos cortes orçamentários e do projeto monstruoso neoliberal que instalou-se no brasil; e ainda em razão de uma “esquerda” que vendeu-se completamente, que girou todos os seus esforços para a política eleitoreira e que colocou o povo em uma passividade diante da falsa representatividade democrática, a palavra resistência adquire um significado mais que especial. Mais do que nunca a palavra estará na ordem do dia, e é nossa tarefa fazer da palavra uma ação, como a tradição anarquista nos ensina. Se sempre foi hora de luta, nesse presente contexto é mais que evidênte. Sempre lutaremos lado a lado dos de baixo, seguiremos caminhando mesmo que à passos modestos no caminho cada vez mais perto do real poder popular, criando um povo forte rumo à revolução social. Seguiremos sempre fiéis aos nossos príncipios, aos nossos valores, pois apesar de não serem dogmas ou verdades absolutas, continuamos a acreditar em nossa ética libertária, que é do suor de nossas próprias mãos que nascerá um mundo de igualdade, de liberdade e de fraternidade.

Recordaremos com orgulho do dia 8 de dezembro de 2008, na abertura do I Encontro Libertário: Anarquismo e Movimentos Sociais, quando a Organização Resistência Libertária lia seu Manifesto de Criação. A partir daí foi palco de deiversos sonhos, de diversos rostos, e cada um deles foram fermento impulsionador de outros sonhos, de novas pilastras fincadas. Agradecemos aos velhos e novos rostos, aos apoiadores que cada um do seu jeito fizeram parte de nossa história.

Agradecemos aos companheiros e companheiras da Coordenação Anarquista Brasileira ao qual compartilhamos nosso projeto político de transformação social. A ORL agradece as organizações-irmãs, nomeadamente: Federação Anarquista Gaúcha (FAG/RS), Rusga Libertária (RL/MT), Federação Anarquista do Rio de Janeiro (FARJ/RJ), Federação Anarquista dos Palmares (FARPA/AL), Coletivo Anarquista Luta de Classes (CALC/PR), Organização Anarquista Socialista Libertário (OASL/SP), Coletivo Anarquista Bandeira Negra (CABN/SC), Federação Anarquista Cabana (FACA/PA), Coletivo Mineiro Popular Anarquista (COMPA), ao Fórum Anarquista Especifista da Bahia (FAE/BA), Organização Anarquista Maria Iêda (OAMI/PE) e da Organização Anarquista Zabelê (OAZ/PI).

Agradecimentos especiais ao Movimento Social FOME de Sobral, pela ótima convivência e companheirismo durante todos esses anos.

Coragem para lutar,

Coragem para vencer,

Ousar, lutar,

Criar o Poder Popular!

 

Organização Resistência Libertária

08 de dezembro de 2016