nov 162016
 

NOTA DO ENCONTRO NORTE & NORDESTE – BELÉM/PA

Primeiramente, Liberdade para Rafael Braga!

“Em todos os Estados mais e mais prisões estão sendo construídas. Para quem são? Eles certamente não estão planejando para por brancos nelas. Prisões são parte da guerra genocida do governo contra pessoas negras.”

Assata Shakur

Diretamente do trópico úmido, organizações anarquistas especifistas reafirmando o compromisso com o anarquismo social estiveram reunidas na cidade de Belém do Pará, para o VII encontro regional das organizações do Norte e do Nordeste da Coordenação Anarquista Brasileira (CAB) que aconteceu nos dias 12, 13 e 14 de novembro de 2016.

No momento em que o Brasil, assim como os países da América Latina, vem sofrendo com o avanço neoliberal e consequentemente com o desmonte das políticas sociais conquistadas historicamente pela classe trabalhadora, faz-se importante construir saídas para este cenário que foi desenhado para os/as de baixo em 13 anos de governo PT/PMDB, onde falsamente falou-se em favorecer o povo, quando na verdade a este sempre foram reservadas migalhas se comparado aos ganhos proporcionados ao setor empresarial/financeiro que foram os que mais lucraram, como os banqueiros, e que agora vem sendo escancaradamente executado a partir do “golpe” pmdbista em nível de governo federal com apoio da mídia burguesa, que nada mais é que um reflexo de políticas de retrocesso frutos do discurso ilusório de conciliação de classes.

Um rebatimento desse processo em curso está justamente nas ocupações que estão ocorrendo em diversas escolas de ensino básico, institutos federais e universidades país afora, impulsionadas por estudantes que, se utilizando dessa arma, lutam contra políticas que atingem negativamente a educação pública brasileira. Um exemplo de tais políticas é a medida provisória 746/16 que institui uma reforma no ensino médio nas escolas brasileiras. Outro exemplo é o projeto de emenda constitucional 241/55 que propõe congelar por 20 anos os investimentos nos setores de melhorias sociais como educação, saúde e saneamento. Estudantes, trabalhadoras e trabalhadores dos institutos federais e universidades somam resistências contra esses ataques às conquistas garantidas pelo povo através de muita luta no decorrer de décadas. Tais medidas afetarão agudamente as periferias, onde essas políticas públicas já chegam lenta e precariamente, e, certamente, os cortes de investimentos na área social contribuirão para endurecer ainda mais a realidade das periferias, somando-se a isso o cruel fenômeno da marginalização, criminalização, encarceramento (liberdade para Rafael Braga) e extermínio da juventude negra e pobre como prolongamento de política de estado.

Esse momento é de extrema importância, visto que a força das mobilizações será o termômetro para o governo implementar as outras reformas que já estão no gatilho, como a reforma trabalhista e a reforma da previdência. Ante tal contexto político, só a luta desde baixo, sem se envergar aos ajustes, e o fortalecimento das diversas formas de resistência como as ocupações, greves, boicotes, poderão apontar outro rumo para a construção de um poder popular pautado no socialismo e na liberdade.

Acreditamos, lutamos e resistimos ombro a ombro com os/as de baixo contra o ajuste fiscal e o corte dos direitos sociais. Seguimos firmes na árdua caminhada para a construção do poder popular e rumo ao socialismo libertário.

Contra os cortes de direitos!

Lutar e vencer fora das urnas!

Lutar, Criar, Poder Popular!

Federação Anarquista dos Palmares (FARPA) – AL

Organização Resistência Libertária (ORL) – CE

Federação Anarquista Cabana (FACA) – PA