jun 192012
 

 

Alô companheirada de Fortaleza, para nós do Ciclovida especialmente aqui na Barra do Leme, nos sentimos muito confortáveis em dizer; que a nossa resistência em busca da preservação da biodiversidade, nesse bioma tão amado por nossos antepassados, porém tão castigado pelas políticas assistencialista do estado em nome da seca. Buscamos todas as forças para desconstruir essa realidade predatória imposta pelo estado.

Somos muito gratos a todas as companheiras e companheiros da Fortaleza que nesses anos todos contribuíram e contribuem para a resistência de uma outra cultura com a terra, a cultura do ciclo natural da vida e não o ciclo da mercadoria.

O Ciclovida nesse momento esta numa uma luta pela salvação das sementes crioulas frente às intempéries climáticas. Estamos vivenciando neste ano de 2012 uma situação que chega parecer cômica, o ano da coincidência incrível no Nordeste: a seca e as eleições municipais, este binômio sempre fez e continua fazendo miséria no Nordeste, quando as populações do campo sofrem, além os efeitos climáticos, há os efeitos do assistencialismo eleitoreiro, dos politiqueiros das esferas: municipal, estadual e nacional, com a imoral política dos carros pipas. O que não falta é empresas e políticos se conchavando para ganhar dinheiro fácil: quer seja faturado nas obras de combate aos efeitos das secas, ou numa boa leva de dólares na cueca, com uma variaçãozinha de propinas de bicheiro ou qualquer outra coisa, desde que preserve o meio habilidoso de melhorar sempre e sempre mais a recompensa daqueles que dão muito duro, um duro danado para o controle forçado de uma população que insiste em não ser o gado dos seus lucrativos currais eleitoral. Ceará tem muitas obras desse tipo: canal de trabalhador, represas de grande, médio e pequeno porte, feitas com recursos públicos a serviço do latifúndio que planta capim e cria gado. A seca não ameaça a produção do  agronegócio, este está protegido pelo estado: tem crédito e anistia de dívidas, tem as águas, as terras e leis. Vamos unificar nossas ações e desabilitar os manipuladores das secas e construir nossa autonomia, fortalecendo-se enquanto movimento de resgate das sementes de libertação pela resistência da vida que depende das sementes naturais e a garantia de sua existência cumprindo seu ciclo, que o agronegócio insiste em querer quebrar. A seca não é surpresa ou maldição para nós, mas um fenômeno natural que gerações e gerações acumularam aprendizado através dos tempos, possibilitando a convivência sem grandes traumas. Os efeitos traumáticos para gerações, não são conseqüências das secas, e sim da cerca do latifúndio agronegocista e das ações políticas da indústria da seca realizadas pelos atores do poderes públicos em conchavo com a iniciativa privada, como o complexo cirúrgico da transposição do velho Chico, como o plano de manejo da Barra do leme, que consiste liberação de uma extensão de 600 hectares de mata para ser cortada e vendida para as indústrias. O plano de manejo está justificado como combate aos efeitos da seca, isto faz parte de um grande conchavo entre governo federal – INCRA, governo estadual – SEMACE, Indústrias e cortadores. Isto acontece dentro do nosso assentamento, daqui jovens saem para trabalharem no corte de madeira, a serviço dos atravessadores da madeira. Conclamamos a todas e todos os sensíveis da terra para combatermos o  capitalismo e sua ação no campo através do agronegócio, com ações diretas, luta pela conquista da terra e preservação as sementes naturais. O Ciclovida neste período difícil de seca intensifica atividades de salvação das sementes, as já colocadas no solo, que a partir daí temos que prosseguir regando para garantir sua reprodução, por isso o Ciclovida está buscando apoios com a finalidade de angariar recursos para prepararmos bases infra-estruturais de cercados e irrigação com tanque e tubulação que economize água, que logo será racionada para manter as plantações da agrofloresta, pois esta se encontra ainda muito jovem necessitando de umidade para se manter. Temos que semear algumas sementes já passando de um ano, chegando a dois, correndo risco de comprometer sua germinação, até porque não utilizamos conservantes químicos. A outra etapa da nossa atividade será a busca de alternativa na produção agroecológioca para a juventude local. Sua ação solidária nos estimula a continuar firmes e fortes nesta atividade.

Um abraço caloroso a todos.


Estamos aqui:

PROJETO CICLOVIDA

Assentamento Mandu Ladino,

Barra do Leme /Salgado, S/N zona rural

Distrito Matias,

CEP 62640-000 – Pentecoste, Ceará..

Contatos: www.ciclovida.org ; cordelexilo@hotmail.com ;
ivaniaalenca@yahoo.com.br ; feijaobrabo@yahoo.com.br;
sandino.2009@hotmail.com

 

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