out 022012
 

INGOVERNÁVEIS

BOLETIM DA ORGANIZAÇÃO RESISTÊNCIA LIBERTÁRIA [ORL-CAB] Nº III OUTUBRO DE 2012

Site: resistencialibertaria.org e-mail: resistencialibertaria@riseup.net

A LUTA POPULAR E A UNIDADE NA ESQUERDA

O sistema capitalista de dominação e perpetuação da desigualdade em que vivemos, gerenciado pelo Estado, renova sempre suas formas de opressão, de exploração e de avanço do Capital. O Estado, através de ações governamentais, tem implantado medidas paliativas e pretensamente “populares”, que contrariando o seu discurso de melhoria de vida e desenvolvimento econômico, traz inúmeras perdas às camadas mais pobres. Estas perdas vão de arrochos salariais vários, expropriações de territórios (quilombolas, indígenas e demais comunidades originárias[1]), até a negação e impossibilidade de realização das condições mais simples de sobrevivência e de direitos humanos mais essenciais (moradia, saúde, educação, alimentação, acesso à água e energia, mobilidade).

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fev 282011
 

Edição nº 2, Fevereiro de 2011

Copa do Mundo 2014: o Estado de exceção já começou!

Nossos Direitos estão Acima dos Lucros!

Fortaleza é uma das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, e em relação aos impactos que essa decisão acarreta, o futebol é o que menos importa. Esses megaeventos esportivos, como Copas do Mundo e Jogos Olímpicos, tornam-se grandes oportunidades para que as cidades concorram como “mercadorias à venda”. As cidades viram vitrines, exibindo e oferecendo todo seu potencial a investidores externos, que buscam explorá-las a baixo custo, gerando uma falsa impressão de crescimento/desenvolvimento local. Em troca dessa visibilidade, no caso da Copa, a sede assina um termo de compromisso pelo qual fica obrigada a exigências da FIFA como segurança, saúde, lazer e mobilidade para os turistas, além da exclusividade de venda aos patrocinadores oficiais do evento, comprometendo completamente o país à vontade externa.

Na verdade, o esporte é utilizado como elemento que legitima e justifica graves intervenções urbanas, ditas como necessárias para que o evento ocorra. Divulgadas como de “interesse social, coletivo” e sempre em caráter de urgência, são obras que visam limpar a população pobre da imagem publicitária da cidade.

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fev 242011
 

Nº. II ● FEVEREIRO DE 2011

Subir a passagem é roubar o fortalezense!

Após as festividades de fim de ano, com a qual a prefeitura de Fortaleza desembolsou um milhão, trezentos e vinte e oito mil reais só para os cachês das atrações no Revellion de 2010 (O POVO 05.01.2011), e após gastar mundos e fundos nos editais de Pré-Carnavais Oficiais, dando continuidade a política do Pão e Circo, o Secretário da SEINF tem a cara de pau de afirmar que a prefeitura de Fortaleza não tem recursos para tapar os buracos das cidades (OPOVO 11.02.2011).

Enquanto isso, a prefeitura de Fortaleza e os empresários do Sindiônibus (Sindicato dos Empresários) querem, juntos, elevar o preço da passagem de ônibus de Fortaleza de R$1,80 para R$2,20. Um aumento de 22%, maior aumento de passagem do Brasil, que tentam justiticar por conta do aumento salarial de 7% dos trabalhadores rodoviários, algo arrancado com muita dificuldade após as greves heróicas do ano de 2010.

A Prefeitura diz que a intenção é manter a qualidade do serviço prestado… mas nos questionamos: que serviço prestado é esse? Enfrentamos ônibus lotados todos os dias e em praticamente todos os horários, engarrafamentos constantes e que só pioram, além da buraqueira nos asfaltos que ocasionam tantos acidentes e até mortes. Onde está a boa qualidade no serviço?

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out 302010
 

Edição nº 1, Outubro de 2010

Grito dos Excluídos, 2010

Em meados de 2009 Fortaleza foi escolhida para ser uma das 12 subsedes da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. O credenciamento da capital cearense deve-se  ao  esforço  conjunto  do Governo  do  Estado  e  da  Prefeitura Municipal, que apresentaram à FIFA um mega-plano contendo nada menos que 86 projetos, divididos em sete áreas de  investimento  (estádios, turismo, transporte e mobilidade, saneamento e meio ambiente, segurança, saúde, energia e telecomunicações), com um orçamento inicial de quase R$ 9,3 bilhões, a maior parte de dinheiro público.

A  exemplo  do  que  aconteceu  na  Copa  da  África  do  Sul,  nas Olimpíadas de Pequim e no Pan-Americano do Rio, o Governo do Estado  e  a Prefeitura  já  ameaçam  remover milhares  de  famílias pobres de suas moradias para dar lugar a obras de infra-estrutura e de embelezamento urbano, como parte do plano de preparação de Fortaleza  para a Copa de 2014.   Estima-se que pelo menos 20 mil famílias serão  removidas somente em decorrência do alargamento da  Via  Expressa  e  da  implantação  do  Veículo  Leve  sobre  Trilhos (VLT), obras que têm  como  objetivo servir como principal corredor de   transporte   da   Copa,   ligando   a   zona   hoteleira   da   cidade diretamente às portas do Estádio Castelão.

 

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set 302008
 

Nº. I ● SETEMBRO DE 2008

Eleições, representatividade e outras enganações…

Exatamente no momento em que o capitalismo arrasta a humanidade para impasses cada vez mais profundos e à medida que a dinâmica da economia mundial reduz cada vez mais as margens de atuação dos Estados nacionais, tornando-os a cada dia mais impotentes para conter o aumento da miséria e das desigualdades sociais, minando assim as bases de sua legitimidade, a esquerda, assim como a direita, nos oferecem mais uma vez o mito das eleições e da democracia representativa como remédio para todos os males. Em vez de um chamado à luta contra a sociedade do capital, nos convocam, em coro afinadíssimo, a renovarmos nossa fé nos políticos, no Estado e no próprio capitalismo.

Nada mais natural do que isso, e seria absurdo esperar o contrário. Afinal de contas, pese às diferenças que ainda possam existir entredireita e esquerda (e elas são cada vez menores e menos perceptíveis!), ambas colocam-se num mesmo círculo de fogo que limita suas disputas ao controle do Estado burguês e à conseqüente e inevitável defesa da ordem capitalista.

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